Vendas de imóveis novos batem recorde histórico

25 de junho de 2024

As vendas de imóveis residenciais novos no Brasil atingiram um recorde nos 12 meses encerrados em março deste ano, conforme o indicador Abrainc-Fipe. Este indicador é elaborado com dados de 20 empresas pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). Foram vendidas 177.350 unidades novas, representando um crescimento de 43,1% em relação aos 12 meses anteriores. Este número supera o recorde anterior de 163,1 mil unidades, registrado em dezembro de 2023, desde o início da série histórica do indicador em 2014. Em termos de valor, as vendas cresceram 47,4%, totalizando R$ 54,3 bilhões.

Segmentos de mercado

O crescimento foi impulsionado principalmente pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que registrou um aumento de 56,4% nas unidades vendidas, totalizando 128.023 unidades. O segmento de médio e alto padrão também cresceu, com 44.953 unidades vendidas, uma alta de 15,2%. Apesar do menor número de unidades vendidas, o valor das vendas no segmento de médio e alto padrão foi significativo. No MCMV, as vendas somaram R$ 28,9 bilhões, um aumento de 66,4%, enquanto no médio e alto padrão, o valor foi de R$ 23,3 bilhões, uma alta de 27%.

Lançamentos e estoques

Os lançamentos de imóveis no programa MCMV cresceram 27,3% em volume, com 101.942 unidades, e o valor dos lançamentos aumentou 43%, chegando a R$ 23,5 bilhões. Em contraste, o segmento de médio e alto padrão viu uma queda de 17% no volume de lançamentos, com 26.779 unidades. No entanto, o valor dos lançamentos neste segmento cresceu 18,5%, totalizando R$ 19,6 bilhões. A Abrainc destacou que a relação entre distratos e vendas brutas foi de 11,6%, um nível considerado baixo. Além disso, o tempo médio necessário para vender todas as unidades disponíveis caiu pela metade desde o início de 2023, de 24 para 12 meses, segundo o indicador Abrainc-Fipe.

Primeiro trimestre de 2024

No primeiro trimestre de 2024, a venda de imóveis novos cresceu 43,9% em número de unidades e 71,1% em valor lançado, em comparação com o mesmo período de 2023. As vendas aumentaram 35,1% em volume e 47,9% em valor. O segmento de média e alta renda teve um forte aumento nos lançamentos, com uma alta de 145,7% em volume e 151,4% em valor. As vendas cresceram 20,5% em volume e 45,6% em valor.

Desafios no crédito imobiliário

O presidente da Abrainc, Luiz França, destacou a necessidade de ampliar a oferta de financiamento para a classe média, para acompanhar o crescimento do mercado imobiliário. “O declínio dos recursos de poupança está tornando o crédito mais caro e menos acessível”, afirmou." Ele sugeriu a liberação de 5% do compulsório bancário sobre depósitos de poupança, que atualmente está em 20%. Nos 12 meses encerrados em abril de 2024, o volume de financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) caiu 15,6%, totalizando R$ 150,1 bilhões. A queda no número de unidades financiadas foi ainda maior, de 29,8%, com 470,2 mil unidades. França também defendeu o avanço do programa Acredita, para “estimular a securitização de créditos, permitindo a reciclagem das carteiras bancárias e a emissão de financiamentos pelas incorporadoras”, com o apoio da Empresa Gestora de Ativos (EMGEA).

(Créditos: Valor Econômico.)

Manutenção da taxa de juros beneficia mercado imobiliário, afirma especialista

25 de junho de 2024

Nesta semana, o Banco Central decidiu manter a taxa de juros em 10,50% ao ano, encerrando um ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023. Para Guilherme Gregori, CEO da Paes & Gregori, apesar de parecer algo negativo, especialmente para investidores ou compradores iniciantes, o resultado da reunião foi positivo para o mercado imobiliário. “Imóveis são ativos de longo prazo e, portanto, têm maior sensibilidade às taxas de juros de longo prazo”Gregori destaca que a decisão unânime do Banco Central, principalmente após os comentários do presidente Lula, reforça a confiança no comprometimento da instituição com o combate à inflação a longo prazo, o que pode levar à queda das taxas de juros de longo prazo, beneficiando o mercado imobiliário como um todo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), baseado em dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP), subiu 0,78% em maio. Embora tenha havido desaceleração em comparação a abril, quando registrou alta de 0,96%, a taxa interanual cresceu de 10,83% em abril para 11,24% em maio, a maior desde julho de 2023.

Outros indicadores do mercado imobiliário, como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), também mostraram aceleração, indicando um mercado aquecido nos setores de construção e locação residencial. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Ivar, acumulam um aumento interanual de 9,45% até maio, acompanhando o movimento do IGMI-R, que avançou 11,24% no mesmo período. Esses índices contrastam com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou alta de 3,93% até maio de 2024, em comparação a 3,69% no mês anterior.

“A recuperação observada no início de 2024 vem se confirmando como uma tendência positiva para o setor imobiliário, impulsionada pelos cortes acumulados na taxa Selic até maio de 2024. No entanto, a autoridade monetária ressalta que essa tendência precisará ser reavaliada, diante dos desafios que se acumulam no cenário doméstico e internacional. A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período de inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor. Este momento destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos”, destaca o estudo.

Em maio, o mercado imobiliário registrou aceleração dos preços em apenas três das 10 cidades integrantes do IGMI-R. As cidades do Sudeste e Nordeste mostraram essa tendência, com Rio de Janeiro e Belo Horizonte no Sudeste (crescendo de 0,11% para 0,40% e de 1,96% para 2,86%, respectivamente), e Salvador no Nordeste (de 0,76% para 3,55%). A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros cinco meses de 2024 foi de 6,06%, a maior taxa acumulada para o período desde 2020, evidenciando o aquecimento do setor imobiliário. Essa tendência foi observada em diversas cidades do país, incluindo Belo Horizonte (14,44%), Brasília (9,75%) e Salvador (9,38%).

(Créditos: Monitor Mercantil.)

Receita Federal passa a cobrar Imposto de Renda na troca de imóveis

07 de junho de 2024

A Receita Federal anunciou uma nova regra que impacta diretamente o setor imobiliário: a cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre a permuta de imóveis. A mudança visa a tributação sobre o ganho de capital obtido nas trocas, equiparando a prática à venda tradicional de propriedades.

O que muda?

Antes da Mudança: Até então, a permuta de imóveis era isenta de IR, mesmo que houvesse diferença de valores entre os bens trocados.

Após a Mudança: Agora, a Receita Federal considera a diferença de valor na permuta como ganho de capital. Este valor será tributado com alíquotas variando entre 15% e 22,5%, dependendo do montante do ganho.

Exemplificação da nova regra

Se um contribuinte troca um imóvel avaliado em R$ 500 mil por outro de R$ 700 mil, a diferença de R$ 200 mil será considerada como ganho de capital e estará sujeita à tributação. Isso visa eliminar a brecha fiscal que permitia a não declaração de ganhos significativos em transações de permuta.

Impactos no mercado imobiliário

Especialistas do setor imobiliário preveem que essa mudança pode afetar negativamente o mercado de permutas, tornando essa modalidade de transação menos atrativa. Imobiliárias e corretores devem informar seus clientes sobre a nova regra para evitar surpresas desagradáveis no momento da declaração de imposto.

Opiniões divergentes

Críticos da Medida: Defensores do mercado imobiliário afirmam que a nova tributação pode desestimular as permutas, prejudicando a liquidez do setor e limitando opções de negociação para os proprietários.

Defensores da Medida: Por outro lado, defensores da mudança argumentam que a medida traz justiça fiscal, igualando a tributação das permutas às vendas normais de imóveis, o que pode aumentar a arrecadação e reduzir a sonegação fiscal.

Orientações fiscais

A Receita Federal recomenda que todos os envolvidos em transações de permuta consultem seus contadores ou advogados tributários para entenderem as implicações da nova regra e ajustarem suas estratégias de negociação conforme necessário. Essa mudança, já em vigor, representa um ajuste significativo na forma como transações imobiliárias são tratadas no Brasil, reforçando a necessidade de uma gestão fiscal mais rigorosa e informada por parte dos proprietários e profissionais do setor.

(Créditos: Valor.)