09 de julho de 2024

Construção de prédio demanda planejamento e gerenciamento de risco. Itens de segurança e manutenções preventivas também são exigidos após finalização da obra.

A construção de um edifício comercial ou residencial deve ser feita seguindo uma série de critérios para garantir a segurança dos trabalhadores e a efetividade do projeto. Mas, mesmo depois de pronto, o prédio ainda precisa passar por avaliações e manutenções. Para entender melhor sobre todas essas etapas, o g1 conversou com especialistas na área.

Durante as obras, é feito um gerenciamento de risco para evitar acidentes com os trabalhadores e, até mesmo, com os futuros moradores, caso haja algum dano estrutural.

Após a finalização do projeto, o edifício passa por vistorias do Corpo de Bombeiros e órgãos fiscalizadores. Entre alguns dos requisitos avaliados estão: a estrutura do prédio, condições das instalações elétricas e rede de esgoto, presença de extintores de incêndio, e sinalização e saídas de emergência.

O projeto deve ser assinado por um engenheiro ou arquiteto com registro no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (Cau) ou, até mesmo, pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea).

De acordo com o engenheiro e especialista em segurança do trabalho e acidentalidade na construção civil José Antônio Armani Paschoal, de São José do Rio Preto (SP), após a realização da obra, é importante seguir a norma regulamentadora que determina as condições necessárias para uso e habitação dos imóveis.

"Após a construção, a gente tem a segurança pós-habitação, por isso existe uma norma regulamentadora que direciona as condições de habitação, planos de manutenção preventiva e conservação desse edifício", explica.

Após a liberação do alvará de habitação, a administradora responsável pelo edifício é encarregada de manter os protocolos de segurança. Em casos de acidentes relacionados à ausência de manutenção, ela pode ser questionada e penalizada por não respeitar as regras.

Riscos

Prédios mal conservados, mal cuidados e deteriorados são identificados com facilidade pelos profissionais da área. A falta de manutenção periódica faz com que os edifícios fiquem comprometidos.

Alguns dos sinais são visíveis, como infiltrações e rachaduras. Já em outras situações, o problema é maior e pode comprometer tubulações, rede de energia elétrica e, até mesmo, a edificação.

Segundo o engenheiro José Eduardo Cury Megid, em alguns casos é importante a manutenção ou, até mesmo, a interdição do local para preservar a segurança dos moradores e habitantes.

"Normalmente, os sinais mais aparentes são marcas de vazamentos, fissuras e trincos nas paredes e vigas", continua.

A partir desses indícios, um profissional deve ser contratado para a elaboração de laudos com detalhes sobre a necessidade de benfeitorias. Também é feita uma planilha com previsão dos serviços a serem executados para a manutenção do edifício.

O profissional explica que a interdição do prédio acontece se os relatórios comprovarem a real necessidade. A avaliação também pode ser feita pela Defesa Civil.

"Na engenharia, sempre existem boas soluções por ser uma ciência exata e não ter o famoso 'achismo', mas, em casos em que o laudo pede a interdição, com toda certeza ela será feita", reforça o engenheiro.

Prédio também envelhece?

O tempo de vida útil de uma edificação gira em torno de 50 anos. O uso do espaço por um longo período traz mudanças estruturais e o envelhecimento. Fatores internos e externos são determinantes nesse processo.

As manutenções regulares que fazem parte do plano preventivo tornam a durabilidade do prédio ainda maior.

"Durante esse período de 50 anos, mudanças podem ocorrer no tecido urbano. Isso é provocado pelo progresso da cidade e transformação de funções, como de residencial para comercial", revela José.

Os proprietários de apartamentos e salas comerciais podem colaborar com esse processo. As visitas de eletricista, enganador, pedreiro e um especialista em construção civil devem ser regulares. O profissional pode auxiliar na identificação do problema, sanar e prevenir futuros danos.

Márcia Gandolfi de Oliveira Camargo, de 74 anos, mora em apartamentos há 12 anos e conta que nunca teve problema, mas sempre prezou pelo imóvel.

"Morei durante muito tempo em São PauloCatanduva e hoje estou em Rio Preto. Todos os prédios sempre foram seguros e sempre me senti segura", conta a moradora.

*Colaborou sob supervisão de Henrique Souza

Informações cedidas por G1

 Compartilhar