Mercadinho de condomínio pode valorizar imóvel em até R$50 mil

09 de abril de 2024

Os minimercados dentro de condomínios residenciais tornaram-se alvo das grandes redes de varejo e construtoras de apartamentos. Essas lojas, que ocupam pequenos espaços de 5 a 30 metros quadrados, operam sem funcionários e ficam abertas 24 horas por dia, oferecendo até 500 produtos essenciais, como alimentos, bebidas e itens de limpeza. Os moradores podem fazer suas compras através de caixas de autoatendimento ou de aplicativos de celular, em um processo similar ao das lojas Amazon Go nos EUA.

Além de fornecer conveniência aos condôminos, essa estratégia também pode valorizar os imóveis, elevando os preços em até R$50 mil.

Após o período de pandemia, os minimercados no Brasil estão experimentando um aumento significativo de interesse, tornando-se um foco para redes de supermercados e empresas do varejo alimentar. Eles agora são considerados um elemento essencial em projetos residenciais, com construtoras como Cyrela, MRV e Cury incorporando esses estabelecimentos em seus empreendimentos.

Especialistas afirmam que a presença de minimercados pode valorizar os imóveis em até 10%, o que equivale a até R$50 mil. Uma pesquisa realizada pela DataZap indica que aproximadamente 30% das pessoas consideram a presença de minimercados nos condomínios um fator importante na decisão de compra ou locação de imóveis.

De acordo com Natalia Ribeiro, especialista em inteligência de mercado do Grupo OLX, os mercadinhos estão entre os itens mais desejados por compradores de imóveis, perdendo apenas para espaços de delivery e para animais de estimação. Esta preferência é particularmente evidente nas gerações Y (30 a 40 anos) e X (40 a 60 anos), com 34% e 31% de incidência, respectivamente. Além disso, há um destaque para o interesse entre os entrevistados com rendas superiores a 10 salários mínimos (40%).

Ribeiro ressalta que para os compradores que adotam o regime híbrido ou home office, a presença de minimercados ou lojas de conveniência na área comum do imóvel torna-se ainda mais relevante como uma comodidade importante na escolha da moradia futura.

Informações retiradas de Lucas Agrela e Márcia De Chiara à Estadão

Caixa inicia em 8 de abril contratações de crédito imobiliário

04 de abril de 2024

A Caixa Econômica Federal está programada para iniciar as contratações de financiamento imobiliário com o recurso do FGTS Futuro a partir do dia 8 de abril. Essa iniciativa, confirmada pela vice-presidente de habitação do banco, Inês Magalhães, ao Broadcast, permite que trabalhadores com renda mensal de até R$2.640 utilizem os depósitos futuros do FGTS para complementar seus financiamentos.

Os recursos serão direcionados para a aquisição de imóveis novos e usados, especialmente através do programa Minha Casa Minha Vida.

A Caixa Econômica Federal está implementando uma nova medida que permite aos trabalhadores utilizar o saldo do FGTS como garantia para contratar crédito imobiliário. Esta opção estará disponível por um período de 120 meses e pode ser autorizada através do aplicativo do FGTS.

Ao optar por essa modalidade, os valores correspondentes serão bloqueados na conta do trabalhador até que o financiamento seja integralmente quitado. No entanto, em caso de demissão, o saldo comprometido com o financiamento não poderá ser sacado, sendo utilizado para amortizar a dívida.

Informações retiradas de Circe Bonatelli à E-Investidor

Portabilidade de crédito é opção para quem financiou imóveis

23 de fevereiro de 2024

A queda na taxa básica de juros no Brasil tem potencial para beneficiar aqueles que contraíram financiamentos imobiliários em períodos de taxas mais altas. Uma maneira de aproveitar essa redução é através da portabilidade de crédito. A portabilidade de crédito envolve a transferência da dívida de uma instituição financeira para outra que ofereça condições mais vantajosas.

Raphael de Castro Almeida, CEO da Atual Empreendimentos Imobiliários, esclarece que esse processo pode proporcionar aos contratantes de financiamentos imobiliários a oportunidade de reduzir seus encargos financeiros.

Segundo a Resolução do Conselho Monetário Nacional 5.057 de 2022, os clientes têm o direito de transferir suas dívidas de bancos ou financeiras para outras instituições que ofereçam melhores condições, como taxas de juros menores ou prazos mais vantajosos. Esse processo deve respeitar as regras estabelecidas pelo Banco Central. Luis Felipe Ferrari, sócio do Goulart Penteado Advogados, esclarece que os bancos são obrigados a aceitar a transferência da dívida se for a vontade do cliente.

Como pedir a portabilidade de crédito?

Clientes que desejam transferir seu crédito para outro banco podem exercer um poder de barganha. Segundo Alberto Ajzental, da FGV, o processo envolve consultar condições em outros bancos e, com uma proposta em mãos, solicitar a portabilidade ao banco atual. Este último, interessado em manter o cliente, frequentemente iguala ou supera as ofertas dos concorrentes.

Devo pedir portabilidade do meu financiamento agora?

Especialistas consultados pelo InfoMoney sugerem cautela ao considerar a portabilidade de financiamentos, apesar dos recentes cortes na Selic, a taxa básica de juros brasileira, que agora está em 11,25%. Embora a Selic tenha diminuído 2,5 pontos percentuais desde agosto de 2023, os especialistas aconselham aguardar pelo menos até o segundo semestre de 2024 para buscar melhores condições no mercado.

Embora o último boletim Focus projete uma redução da Selic para 9% até o final do ano, os juros do financiamento imobiliário podem não acompanhar essa queda no mesmo ritmo, já que mudanças na Selic levam de seis a nove meses para afetar o custo do crédito imobiliário.

Na mais recente atualização do Banco Central, as taxas de juros para financiamentos imobiliários regulados variam entre 10,87% e 13,93% ao ano, com a Caixa e o Santander Brasil liderando essas taxas, respectivamente. Especialistas apontam que a taxa de financiamento imobiliário está diretamente ligada à Selic, o que dificulta quedas imediatas.

Além disso, o esvaziamento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia a maior parte dos imóveis, torna os bancos mais cautelosos na concessão de crédito, retardando possíveis reduções nas taxas.

A atual situação do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) enfrenta desafios significativos devido à retirada sistemática de recursos da caderneta da poupança. Em janeiro deste ano, os saques superaram os depósitos em R$20,1 bilhões, continuando uma tendência de três anos consecutivos de saques. Isso resultou em perdas de R$103,2 bilhões em 2022 e R$87,8 bilhões em 2023.

Apesar de oferecer financiamento para imóveis de até R$1,5 milhão com juros limitados a 12% ao ano e baixo risco de inadimplência devido à limitação das prestações a 30% da renda do mutuário, o SBPE tem enfrentado dificuldades devido à retirada de recursos da poupança.

Além disso, a portabilidade de crédito para financiamento imobiliário implica em custos adicionais para o devedor, incluindo tarifas de avaliação do imóvel e custos de registro do contrato no Cartório de Registro de Imóveis. Por conta desses custos, múltiplas portabilidades da dívida podem não ser vantajosas para os tomadores de empréstimos.

Informações retiradas de Maria Luiza Dourado à Info Money